quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

O Tentar

O murmúrio do riacho vai alçando as plumas do vento,
Lembra os quilómetros feitos, o tempo em cada perna,
As lágrimas, sangue e suor deixados por cada momento,
De uma outra partida e destino sob a luzência da lanterna,

Esse suspiro quase indelével é vínculo para uma eternidade,
Tal passo ligeiro no corredor do Universo atentamente a ecoar,
O som esmorecendo, haja luz entre esta terna nebulosidade
E vagões nos trilhos e esses trilhos enfim remetidos no olhar,

Pois hei-de a ir buscar, essa verdade em aparência distante,
E retornar partes da tela levemente como uma alba a renascer
Dentre a fagulha nas rugas do rosto de uma criança diletante

Que vai à procura de cometas e astros sendo a subir ou a descer
O sonho, amarrando pedras nos pés também para ficar, não obstante,
Do abraço ao colhido, ao voo desgarrado, do tentar e tentar e tentar viver.

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