terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Pintando A Paisagem

A viuvez das cores vivas transbordando na palete, 
Ao centro, esquerda e direita, o pincel é dançarino, 
Traçando os berços e urnas em cima do cavalete
Vai extravasando para um único instante e destino,
 
Suas cores, sinais iridescentes duma aragem passada, 
O ponto preciso, sempre esvanecente, sempre presente,
Nascendo de palavras jamais ditas, vem a debandada,
O poema na mão concebendo um turbilhão ascendente,
 
Da tela para a paisagem, assim também sou rascunho,
O Ver é o pincel, a alma a tinta mediante a sua idade, 
E heis a obra-prima de uma vida de linha a gatafunho, 

Entre a terra, o mar e o céu, sem divisas nem bandeiras, 
Vestido com a vestimenta do divino, sem vaidade, 
Só saudade de quando nossas mãos eram companheiras.

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