Decora-me as pálpebras com briosas estrelas,
Numa tinta sem corrente, esperando por alguém,
Pois assim, assim de repente sou tal como elas,
Acompanhado bem alto no céu e para lá do além,
Sem ti, sinto-me perdido, não há sequer libertação,
A sombra da pluma passageira esvoaçando adiante
Não consegue abraçar o Sol apenas esta inquietação
De ombros encolhidos e palavras inauditas, o amante
Que partiu, rasgado e esfarrapado, num silêncio de afogado,
A casa desabitada, por debaixo dos pés o ranger das folhas,
Os últimos pingos de chuva arrumadas num dia engavetado,
Procuramos a sede de toda uma constelação, a imaginação,
O sonho, a quimera, a chuva caindo enquanto vais e olhas
Para os pássaros cantando que nos acordando vêm e vão.
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