Domingos à noite sou rio a entrar em estuário,
Foz de uma memória, riacho para um instante,
Indo de maré para maré donde vem o obituário
Do dia inconcluso, o sono perpétuo e relutante,
Há feridas ainda por abrir, sonhos por adquirir,
Porém enfrentamos quezílias, a batalha infinda,
O corpo torna-se corrente para o céu encobrir
A terra de nuvens, ansiando uma manhã linda,
A maravilha do olhar de uma criança, desinibido,
Inquirido pelas estrelas, as paredes ruem enfim,
Traz-me conforto, enfim é o princípio do querido,
E os pregos assentes nas mãos e pés caem por fim,
Ajuda está a vir! O rio fluindo no até então preterido,
Desafogando as quimeras que vão brotando de mim.
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