quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Os Pregos Assentes

Domingos à noite sou rio a entrar em estuário, 
Foz de uma memória, riacho para um instante, 
Indo de maré para maré donde vem o obituário
Do dia inconcluso, o sono perpétuo e relutante,

Há feridas ainda por abrir, sonhos por adquirir, 
Porém enfrentamos quezílias, a batalha infinda,
O corpo torna-se corrente para o céu encobrir
A terra de nuvens, ansiando uma manhã linda,

A maravilha do olhar de uma criança, desinibido,
Inquirido pelas estrelas, as paredes ruem enfim, 
Traz-me conforto, enfim é o princípio do querido,

E os pregos assentes nas mãos e pés caem por fim, 
Ajuda está a vir! O rio fluindo no até então preterido,
Desafogando as quimeras que vão brotando de mim.

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