Ninguém repara em nós enquanto passa o mundo,
Os transeuntes deixam-nos num sítio bem escuro,
E eu cheio de escarro, pus e sangue tal vagabundo
Em torno de uma luz rodopio, o Sol ainda procuro,
Falha-me a visão, cego hei-me tornado meia vida,
Carecido de fontes, montanhas e planícies, liberto
Perante a perfídia do tempo, a ventania no peito ida,
Porquê criar estas pontes se o segundo é tão incerto,
Sou recém-chegado procurando uma mão singular,
Um beijo na testa que dure eternas eternidades,
Enquanto que é tão simples ir é tão difícil chegar,
E faz frio invernal, calco as folhas caídas a meus pés,
Ouço o riso de quem passou em frente, as saudades,
Pois agora sei, irei sempre adiante, jamais irei de rés.
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