Esta fuga é escape entre o vazio e o preenchido,
Voando e sucumbindo à água de pé descalço,
Parece que vai o instante e não sei se é vivido,
E parece que do nada, nada surge em meu encalço,
Quatro paredes tornam-se família, tornam-se lar,
E eu vou encontrado mais vazio, mais falta de ar,
Esta fuga é escape que parece nunca mais acontecer,
Aparentemente não é fácil somente ir e começar a viver,
E eu com bolsos cheios de nada, fiquei de testa enrugada,
Nesta clausura, nesta reclusão que não é auto-infligida,
Que é tempo parado e coração sozinho, alma isolada,
Vida à porta fechada, por onde vão passando as estações,
E eu sonhando o sono e serenando a aurora pretendida,
Pois, não obstante, os invernos têm passado os verões.
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