domingo, 11 de abril de 2021

Poema A Quem Passou, Ao Mar e ao Sol

Recolher os milhares de fragmentos de uma pessoa
É como largar lágrimas à chuva, água num riacho,
A envolvência do mar revolto, o vendaval ressoa
Fluindo pelo subsolo marítimo onde me encaixo,

As ondas e marés sustentam as margens, as miragens
Trazidas de outros lugares, a doce fonte inspiradora, 
Fatigado de tanto navegar anseio tanto novas aragens,
Há um pouco de quem passou nesta alma ensejadora,

Outras proas diriam o mesmo neste convés de calmaria,
É o vento que me abraça as velas que difunde a cantiga
Deste encanto, deste prazer, deste tormento, da hemorragia,

Embalo-me na corrente, desalgemado em noites de lua cheia,
Procuro-me onde ainda não me encontro, no espírito que mendiga,
Almejando Vida e um pouco mais de Sol onde a luz ainda escasseia.

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