Choro as lágrimas que mais ninguém vê,
Já não tenho azul para as manter a jorrar,
A dor que sinto apresento a quem me lê,
Sem um lenço que a consiga enxaguar,
Choro as lágrimas de um coração ferido,
Atropelado pelo que é o fado, pelo destino,
Pois até quando pulsa magoa, está partido,
É este o bater de um triste olhar clandestino,
Choro as lágrimas onde me vou afogando,
E todos me vêem, porém ninguém me ajuda,
Choro as lágrimas e dentro delas vou chorando
Pranteio a lástima do que trouxe na algibeira,
O velório de uma multidão numa vela desnuda,
Um mar de lágrimas arrepiando pé por uma ribeira.
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