segunda-feira, 26 de abril de 2021

Choro as Lágrimas

Choro as lágrimas que mais ninguém vê,
Já não tenho azul para as manter a jorrar,
A dor que sinto apresento a quem me lê,
Sem um lenço que a consiga enxaguar,

Choro as lágrimas de um coração ferido, 
Atropelado pelo que é o fado, pelo destino,
Pois até quando pulsa magoa, está partido, 
É este o bater de um triste olhar clandestino, 

Choro as lágrimas onde me vou afogando, 
E todos me vêem, porém ninguém me ajuda,
Choro as lágrimas e dentro delas vou chorando

Pranteio a lástima do que trouxe na algibeira,
O velório de uma multidão numa vela desnuda,
Um mar de lágrimas arrepiando pé por uma ribeira.



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