Atirando um fio de moeda de prata para o pedinte,
Seu cabelo prateado a única salvação do presente,
Chegamos ao manjar dos deuses que rico requinte,
Quando o que ansiamos era tudo menos estar ausente,
Incógnitos, conhecidos, amigos, amores e desconhecidos,
Passando o mundo e esperando que o amanhã regresse,
Pois entre os lençóis fui deixado, por lá fomos esquecidos,
Alfim vem a lua sobre o jardim que a lagoa beija e entretece,
Para quê tanto ruído se de silêncio sou alarido? Desapegado
Ao permanente, o beijo da sua boca, soa a pouco, a bocado,
Sobrevisto e revisto, revisitado e abandonado, ouve-me Amor,
Sem a prata do seu cabelo cessa a vontade de viver, vai a cor,
Uma corda ao pescoço, este pedinte voa! Enfim venha a fadiga
Pois do sonho estou cansado, que se silencie a voz e a sua cantiga.
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