Soletro estas pegadas soltas ao vento
Em silêncio cantado à madrugada,
Num mundo azul colorido a cinzento
Onde nem a alvorada é encontrada,
Perdido onde a estrada se dá por finda
No eterno acossar das curvas das ruas,
Por vezes esqueço o que a torna linda
Na solidão esculpida por mil e uma luas,
Saravá oh musas de todos os poetas,
Cantai-me sobre o trilho, cor e amor,
Guardar-vos-ei em mil e uma gavetas
Pertencentes a ninguém feito senhor,
Liberto-os sob mil e uma borboletas
Enfeitiçadas no perfume do beija-flor.