sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Beijo a Chuva

Beijo a chuva e esperanço por um pouco de sol,
Assim passam eras e temporadas ao pé de mim,
Por vezes pergunto se fui presa para próprio anzol
E que género de vida é esta que se vai tendo assim

Quase sem viver, observando as folhas que caem,
Esperando neste quarto por alguns dias de verão,
À sua ausência, espero onde as estações se esvaem,
De braços semicerrados e com as mãos no coração,

Lembrando travesseiras e lençóis a azul repintados,
Rarefeito de mãos para partilhar quanto mais dar,
A repreensão ao mundo são estes olhos fechados,

Silentes e quietos não ousando ver quanto mais sonhar,
Só laivos de suspiros à moldura das fotos lançados
Logo se castiga o triste recluso de seu próprio andar.