Sussurros de tantas estradas para escolher,
O viandante é o refugiado entre margens
Ao respirar o hálito do instante a perecer
O quão essa passeata lhe parece miragem,
Quais memórias são a realidade das partidas
Ou quantas vezes olvidou sua vera casa?
Tal sonâmbulo atrás de ideias de vidas
Cobrindo-as sob as plumas de uma asa,
Arrancámos os cabelos não vendo o Sol
E noites escapam-se sob estriados dedos,
O pescador torna-se vítima do seu anzol
Ofertando-se em confissão dos seus medos,
Não temais, para cada treva algures há farol
Mesmo que ante o eterno sejamos só brinquedos.