Mesmo que entre nada vá o viajante
Tendo perdido a razão da partida,
Que na sua mente não haja instante
Em que se esqueça do fulgir da vida,
Pois se ela há então tal não é finda
É pedestal desta breve eternidade
Em que a morte nos é vezes ainda
Antes do nosso tempo e até idade,
Vamos ficando a preço da vontade,
Vai o vento levando a alma embora
Sem sequer sazão para a saudade,
Desfilando-se o tempo, hora a hora,
Sem saber bem qual é a verdade
Ou bem sequer por onde ir agora.