Era então em simples gestos através do areal
Onde chapinava os outros com água e sal,
A enseada feita para quem se tinha lembrado
Que o presente é feito de futuro e de passado,
Dançava alada num ponto entre as margens
Que ora passavam ou ficavam por si e nela,
Os instantes sempre eram mediante as aragens
Trazendo-lhe os adornos que a tornavam bela,
Até as cicatrizes refulgiam aos olhos da maré
Que ela reflectia onde o seu bailar incidia
Era então vê-la, delicada, em bicos de pé,
Entretanto um coração em uníssono batia e batia,
Sem saber do porquê alimentava-se de boa fé
Enquanto ela me percorria a alma e sorria, sorria, sorria...