terça-feira, 11 de março de 2014

Da Não Vida: Haveis-me Capturado

Das ruas desertas e solavancos das bermas,
Do voo rente aos penhascos por rasgada asa,
Da lágrima de Vénus e seus quebrados poemas
Haveis-me capturado… estou quase em casa…

Das confidências à Lua e do perfume das Oressas,
Do vidro outrora azul ora tornado tão transparente
Do desejo à beira mar e do inebriar das promessas
Haveis-me capturado… sou novamente crente…

Do esquecimento do passado ou frémito do futuro
Por onde ninguém passa ou algum dia passará
Da saudade de outras vidas e daquele muro

Intransponível do passeio com a morte e seu horror,
Das pontes queimadas onde quem fui jamais será
Haveis-me capturado... será isto finalmente Amor?