Esperando pelo assentar da poeira,
De sorriso nos lábios e coração na mão
Pois por vezes a viagem é pó, é canseira
Onde esquecemos nossa voz e o seu refrão,
Ansiando pelo belo momento que ora anseio
Que nem trovador suspirando ante o rosto lunar
Onde ambos nos perdemos em aceso devaneio
Pois todos os sítios que foram, todos foram lugar,
Hoje admito-o, sou eu – o último dos poetas,
Suspiro-vos às arestas de todos estes cantos
A todos estes sombrios becos e ruelas incertas
Através do beijo entre margens e solavancos
Vou eu – o viandante destas ruas desertas
A ténue linha entre o negro e o branco.