As ruas vazias relembram as nossas mãos
Sob os candeeiros que são estas sombras
Que reverberam ecos atando-os a sótãos
Da noite ao dia - à poesia que ensombras.
Para quê por alguém ainda aqui esperar
Se por mim aqui não espero nem vou?
Com quem poderei ser ou enfim abrigar
Se sou relento, se sozinho não me sou
Para lá da estrada atravessada ao peito
Sou suspeito em ar rarefeito e tão pouco
Quero que tudo anseio tão e tão perfeito
Que é tanto e tal o mundo que cá albergo,
Tentando ser belo e lá vai o poeta louco
Entre ruas que vazias ficam mal as enxergo.