sexta-feira, 19 de julho de 2013

A Ponte: Entre o Canto e as Esquinas

Por mim sim canto em qualquer canto,
Haja ruído ou o silêncio do abissal recife,
Para quem traga bolsos forrados a tanto
Que cada tom soe a berço ou a esquife

… E eu ponte, sempre entre outras margens
Trazido no vento onde o grito retorna o eco
Ressoando nesta brisa por outras paragens
Através da planície verde ao pardo beco,

Caímos tal e qual quanto voamos - alados,
Vivemos entoando a perdição das esquinas
Em salões de dança vazios outrora povoados

Não atingindo o fim somos a parte da parte
E enfim percebo defrontando estas ruínas
O quão me aguardo entre Vénus e Marte.