O viandante caminha o que vai andando
E nessa passagem a Vida é em si passageira
Pois o percurso raramente vai abrandando
Porém sempre é, em vitalidade ou canseira,
À viagem o viandante vai-se indo e se esquece
Vêm os segundos revendo as ocasiões em que foi,
O mundo o esvaece mas porém quando acontece
Consegue tornar o vil covarde no maior herói,
Aquele que retorna do além fragmentos de Deus,
Uma a uma posta numa grinalda de fulgores vivos
E a partilha proclamando: “Sejam acima destes eus
Que em segundos passam pela berma do mundo”…
Ansiando que as empreguem em feitos significativos
Ínfimos ou colossais pelas pegadas do vagabundo.