Se meus lábios fossem espelho dos vossos,
Encostado a um vidro azul seria o devaneio
De qualquer ténue latejo com seus impostos
Que em estórias se vai perdendo neste anseio,
Abram-se enfim as janelas vertendo a sua brisa,
No bom ou mau que concedam auge ao sentir,
E um dia, orvalhe na flama de tal forma precisa
Que olvide este suspirar na hora de seu existir,
Porém… que permita alcançar o eu vindoiro,
Ele que se inscreva no cerúleo em capa d’oiro,
Ornado sim a ido perfume tornado em maresia,
Que na brisa sussurrado seja definitivo esse agoiro,
Pois eventualmente voltará como uma fotografia
Relembrando o inquestionável eterno que foi um dia.