As pegadas que um dia deixei para trás
Trago-as ainda comigo, em quem cá sou,
Os segundos passaram e vieram as manhãs,
Em porções fui o dia e a noite que lá poisou;
Escutei a brisa e ressoei perante os trovões,
Recolhi flores e espinhos para a algibeira,
Fui sentido e senti no passar pelas estações,
Espaço fui no tempo e o tempo nesta poeira
A passagem vertida em copos de papel,
Foi, é e será sempre Amor em vista infinda
Na medida áurea do transcendente anel,
Sou, na busca pela intenção e na sua vinda,
Manifesto o acontecido divino como pincel,
Em pegadas passadas que perduram ainda.