Aqui renuncio ao Amor; enfim, morro resignado,
Tão vulnerável, em descompasso e de veias vazias.
Estação abandonada — o pouco e o nada caminhado
Basta às estrelas extintas, que há muito jazem frias.
São flores a murchar, são pontes a desmoronar,
É o lume que se apaga num tempo a se extinguir.
Não há esperança: é efémera e torna a se apagar;
Fragmenta-se o desalento — e não há por onde ir.
Despeço-me do horizonte que asas outrora me deu;
Venham as cinzas do inverno, o silêncio de um hiato,
E venha a noite eterna a vestir-me de negro, Orfeu.
Dá-me a mão — não me deixes, no breu e no desfecho.
Adeus à pertença. Rascunha-me o semblante num retrato
De giz; esta ausência é nossa — e este pedaço, nosso trecho.
Blog de um músico e poeta português onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
terça-feira, 18 de novembro de 2025
Elegia ao Amor Extinto
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