quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Retorno ao Infinito

Alguém perdido em astros, memórias e amores antigos,
Tal cometa em regresso, reencontra enfim o seu centro,
O cosmos em ressonância, vestígios de nébulas e amigos,
O viandante estelar na órbita luminosa — clarão do que há lá dentro,

Séculos à deriva, trazendo novos brilhos e velhas cicatrizes,
Ecos desvanecidos das estações idas — eis o retorno ao infinito,
Como faísca em supernova, a constelação revela suas matizes,
Do éter à estrela: vulto, semblante de um apogeu, de um grito,

Este terno crepúsculo é clarão nas têmporas, fotões errantes,
E, dentre um firmamento só nosso, espirais de luz suspensas,
Há rascunhos de eternidade no agora breve — nos instantes,

Trago o coração translúcido e uma fogueira oculta na alma,
Estas memórias serão cinza um dia, e este amor remanescente,
Um beijo cerúleo guardado na neblina cósmica que levo na palma.

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