sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Entre Cubículos

Sem respostas, pelo peso de cubículos esmagados,
Por um pouco mais deixamos um trilho de migalhas,
O silêncio tem olhos, mantenham-se das janelas afastados,
Essas órbitas trazem o lutar ou fugir portanto tragam as tralhas,

Arrastado por entre as vielas da cidade, por entre o azul aguaceiro,
É apenas água, somente chuva, só lágrimas, a sempre presente dor,
Tiraram-me as sementes mas ainda guardo uma flor de um luaceiro,
Paranóico de amor e morte, não temais o facto de sermos simples amador,

E agora que todos ouvem os pregadores do vazio, beijo-vos as mãos,
As palavras gotejando através do seu queixo, as sarnas removendo,
Onde ia suspirando: "Quase que me perdia aqui entre as multidões",

Ninguém aqui é ouvido, ofegante num conforto da reflexão de um espelho
"Há alguém ai fora?" - estes passos continuam a descer e descer, moendo,
Um respirador de uma cave, e eu a ir indo entre cubículos - o jovem velho.

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