Haja asas para esboçar, evocando os almejos
Que trazem Deus do universo para a terra,
Suspenso entre ambos desde o que o tempo encerra,
Tenho água rasa na nudez destes lábios,
Inesgotável na mudez de homens sábios,
Já há navios sem voltar ao seu porto,
Digam-me se têm lugar para eu ir vivo ou morto
Pois a queda é vigília, é parte da embriaguez,
É o grito mais baixo, é quase aquela surdez,
Há bruma entre o sonho, treino para a verdade,
Pois de tanto querer, acabo sempre na saudade,
Há solidão envolvida em sacos plásticos
Em tons de aguarela, em beijos espásticos.