Fechando os olhos apenas por um momento,
A berma afastada celebra um sonho sonhado,
Recuso-me a partir, a esquecer o sentimento
De quem se largou no poema, o escrevinhado,
Não posso descurar que somos poeira ao vento,
O anseio e desejo futuro, um instante passado,
Pois ao partir a pegada na estrada é testamento
De quem lá passou em ritmo lento ou apressado,
Para a foz tragam o melhor que vem da passagem,
Esta brisa é o ponto do tempo que é toda a verdade,
Por isso preencho os pulmões, sinto-os com a aragem,
A procura é por quem não encontramos, dentro ou fora,
Almejando que o dia regresse agindo em reciprocidade,
Pois um dia sim iremos todos fugir, iremos todos embora.