Sombras e fantasmas trazendo os dias
De mãos dadas com o que já não é,
Prisioneiro das ruas de fingidas euforias
Sem instante que traga um pouco de fé,
Assim nos esquecemos do já eclipsado,
Até a porção a que chamamos casa
Torna-se parte do já ido, do passado,
Partindo a vontade, quebrando a asa,
Já nem ouso esperar pela madrugada,
Se estes lábios já não tocam nos seus
Lá fora sou a chuva a cair na calçada
O passar do tempo é o secar do olhar
Nem me permite despedir, dizer adeus,
Quanto mais com a bonança esperançar…