terça-feira, 17 de novembro de 2015

Passeia-se Mais Um Dia

Passeia-se mais um dia meio de repente,
O outrora viandante, inerte, fica na rua,
Ao relento de uma canção tão dormente
Que ele estranhava se esta ainda era sua,

As esquinas desdobravam-se ao luar,
Ele passava só onde a lua brilhava,
Quase incapaz de sentir seu passar,
Será que por lá ele ainda estava?

Ia sorrindo de soslaio à morte amiga,
Inculcava sua sombra aos lampiões,
Murmurando seu fado em cantiga,

Era a verdade de quem em si via o fim,
As estrelas se misturando com os aviões,
E enfim... ansiava o toque do querubim.