Passeia-se mais um dia meio de repente,
O outrora viandante, inerte, fica na rua,
Ao relento de uma canção tão dormente
Que ele estranhava se esta ainda era sua,
As esquinas desdobravam-se ao luar,
Ele passava só onde a lua brilhava,
Quase incapaz de sentir seu passar,
Será que por lá ele ainda estava?
Ia sorrindo de soslaio à morte amiga,
Inculcava sua sombra aos lampiões,
Murmurando seu fado em cantiga,
Era a verdade de quem em si via o fim,
As estrelas se misturando com os aviões,
E enfim... ansiava o toque do querubim.