Um homem parado, parado no Inverno,
Seu perfil meio esboçado a cinzento,
Ao passar pelo quinto céu do inferno
Vai enfim perdendo o seu intento,
À queda de estrelas cadentes ele fica,
Outras vezes segue e vai perguntando
Quando passará esta vil hora maldita
Enquanto pelos ladrilhos se vai quedando,
De seus olhos lágrimas e outros mares,
Lembrando-o de tudo que já perdeu
E seus mil e um seres parecem vulgares
Então vai perguntando-se se já morreu
Do Inverno brada a brados singulares
“Ninguém morrerá se aqui já viveu.”