Escutando os pássaros que iam passando,
Restos de uma bruma envolviam o dia
E, quer quisesse ou não, iam ditando
Os bocadinhos do pouco que era magia,
Então cheirava a relva e respirava o mar,
Entrelinhas cabiam no que era amanhã,
E eu, hesitante, lá tentava caminhar
Passo a passo em bicos de pés de lã,
Então o firmamento tinha mudado tanto,
Quase não reconhecia aquele espelho,
Apesar de ainda me lembrar o quanto
Tinha tanto medo de me tornar velho,
Ainda era possível ouvir neste canto
A eterna criança de rasgado joelho.