Restos de pegadas de um dia fugido,
Vendo sombras ladeadas a cinzento,
Onde estarão as maravilhas que ei sentido
Terão todas sido mais um pouco de vento?
Por onde passo nenhum pássaro chilreia,
Levantam-se vendavais e não há norte,
Um homem velho por aqui se passeia
Ante os portões ferrugentos da morte,
Anseio luz onde apenas escuridão há,
Fechando os olhos, esperando o mundo,
Aos muitos desejos que tenho por cá
Abraço-os e arrasto-os num silêncio profundo,
Assim caem deuses e se vai o amanhã
No lento gotejar da passagem de um segundo.