Palavras deixadas a ventos d’outrora,
A menina não escuta, ela mal ouve,
Vem a manhã e nem parece a aurora,
Esquecem-se restos do que não coube,
Restos sempre de porções e pedaços,
Do que parece bom ou mau passageiro,
Deveriam ser os mais bem preenchidos espaços
E deles eu o seu melhor amigo e companheiro,
Só chuva e frio sob todo um tecto de relento,
Caneta e caderninho e potencial beleza,
Largados ao ermo do desleixo do vento,
Levados algures no ombro da incerteza,
Calma tê-la-ia se de nada fosse sedento,
Mas sede dela sempre terei (em mão com esta tristeza).