domingo, 16 de novembro de 2014

Ía o Poeta Pt. II: Vendendo Ouro de Tolos

Alguns, poucos, fios de alumínio a ouro pintados,
Essa é a vaidade do poeta - o falso sentimento,
Forjando Primaveras de Invernos idealizados,
Então é o fingir viver, não a Vida seu testamento,

Mesmo que apenas e só trevas ele seja,
Que sorrisos disfarcem a sua tristeza
E relembre ou inspire quem já não beija,
Que no papel lhe dêem um nome: Beleza

Será ela sempre o sonho e a mentira sincera
Que ele creia tanto que do mundano esqueça,
Celebre o martírio do belo, aquele exagero

Que separa o poeta dos simples, meros mortais
Pois a dor do saber fingir é a sua pertença
E os poemas só as vezes em que a dor é de mais.