Confesso a queda através do deserto
Do coração que outrora era oceano,
Onde o Sonho era leve abraço aberto
Num perpétuo brinde ao desengano,
Sou os grãos de areia que ora piso
E as lágrimas derramadas lá atrás
De quando esse abraço era Paraíso
E asa branca perante as horas más,
Os labirintos criados por este tempo
Esvaecem, apenas deserto a trilhar
Mas à velocidade deste sentimento
Ainda creio em rios, mares e no oceano
E só o coração sabe a razão de seu errar
Através do seu cair e voar ano após ano.