Sou filho daqueles que me antecederam,
O último da linhagem de queixo erguido,
Sou a flor das raízes que aqui cresceram
No sabor e no gosto do fruto amadurecido,
Venho de uma terra onde sou o infante,
Deixo pétalas ao vento por onde passo
Por lá escrevo e deixo escrito no instante
Dormitando de olhar aberto no abraço
Dado pelas ramagens à brisa passageira,
Eu - sempre mudando de bênção e fardo
Em busca do que trago e perdi na algibeira,
Apenas ofereço esta sede de além e infinito
Que será da criança universal o legado
No toque aos cegos através do inaudito.
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Eu e Ela Pt. VIII: Casa
Se uma outra noite eu fosse aquele dia
E nesse preciso instante fosse a melodia
Que já não recordo e que até já esqueci,
Tão clara era mas na noite escura a perdi,
Foi aquele beijo, aquele insano almejo,
Naquela rua escura que ainda perdura,
Nem era bem abismo mas era a caída
Através da fraga do colibri de asa partida,
Era sem ser, era a fracção deste pedaço:
Eu e ela, o dois não se tornando no um
Era tempo para tudo sem espaço nenhum
Onde o cansaço é senhor e o peito abrasa
E eu, apenas pretendendo chegar a casa
Sendo que casa é onde for o seu regaço.
E nesse preciso instante fosse a melodia
Que já não recordo e que até já esqueci,
Tão clara era mas na noite escura a perdi,
Foi aquele beijo, aquele insano almejo,
Naquela rua escura que ainda perdura,
Nem era bem abismo mas era a caída
Através da fraga do colibri de asa partida,
Era sem ser, era a fracção deste pedaço:
Eu e ela, o dois não se tornando no um
Era tempo para tudo sem espaço nenhum
Onde o cansaço é senhor e o peito abrasa
E eu, apenas pretendendo chegar a casa
Sendo que casa é onde for o seu regaço.
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Eu e Ela Pt. VII: Dois
Trago restos e porções nestes passos,
Seus ecos reverberados à despedida
No bocado daquele beijo, no abraço
À hora do adeus, ao instante da partida,
Apenas o vento sai irado e possante à rua,
Onde sombras se esvaecem pela lembrança
De quando sua mão era minha e a minha sua
Num ver que era sorriso e que era esperança,
Se ela soubesse das belas constelações que vejo
Atrás de suas pálpebras e que me basta esse céu
Onde seus lábios são o sorriso, o sonho, o beijo
E tudo aquilo que sou deixa de ser somente eu
Torna-se parte e porção de tudo o que almejo:
Estes passos ladeados por aquilo que é seu.
Seus ecos reverberados à despedida
No bocado daquele beijo, no abraço
À hora do adeus, ao instante da partida,
Apenas o vento sai irado e possante à rua,
Onde sombras se esvaecem pela lembrança
De quando sua mão era minha e a minha sua
Num ver que era sorriso e que era esperança,
Se ela soubesse das belas constelações que vejo
Atrás de suas pálpebras e que me basta esse céu
Onde seus lábios são o sorriso, o sonho, o beijo
E tudo aquilo que sou deixa de ser somente eu
Torna-se parte e porção de tudo o que almejo:
Estes passos ladeados por aquilo que é seu.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Este Silêncio: E o Seu Discurso
Por vezes ouço o silêncio a discursar,
Aí falta-me o fôlego e a vontade
Se vai por onde vejo o tempo passar
E eu sustido ao abraço da saudade
Daquele abismo trazendo a sua face
Nesta queda aberta da alta fraga
Quando apenas seu beijo é enlace
E torna em sorriso toda esta mágoa,
Há dias em que não apetece dormir,
Rareiam raios de sol como cobertor
E o ser... esse apenas pretende existir
Pois não há melodia para nossa canção
Porém quando apenas parece haver dor
Será ela ainda parte deste triste coração?
Aí falta-me o fôlego e a vontade
Se vai por onde vejo o tempo passar
E eu sustido ao abraço da saudade
Daquele abismo trazendo a sua face
Nesta queda aberta da alta fraga
Quando apenas seu beijo é enlace
E torna em sorriso toda esta mágoa,
Há dias em que não apetece dormir,
Rareiam raios de sol como cobertor
E o ser... esse apenas pretende existir
Pois não há melodia para nossa canção
Porém quando apenas parece haver dor
Será ela ainda parte deste triste coração?
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Através do Deserto Esfaimado Pt. IV: A Imperecível Crença
Confesso a queda através do deserto
Do coração que outrora era oceano,
Onde o Sonho era leve abraço aberto
Num perpétuo brinde ao desengano,
Sou os grãos de areia que ora piso
E as lágrimas derramadas lá atrás
De quando esse abraço era Paraíso
E asa branca perante as horas más,
Os labirintos criados por este tempo
Esvaecem, apenas deserto a trilhar
Mas à velocidade deste sentimento
Ainda creio em rios, mares e no oceano
E só o coração sabe a razão de seu errar
Através do seu cair e voar ano após ano.
Do coração que outrora era oceano,
Onde o Sonho era leve abraço aberto
Num perpétuo brinde ao desengano,
Sou os grãos de areia que ora piso
E as lágrimas derramadas lá atrás
De quando esse abraço era Paraíso
E asa branca perante as horas más,
Os labirintos criados por este tempo
Esvaecem, apenas deserto a trilhar
Mas à velocidade deste sentimento
Ainda creio em rios, mares e no oceano
E só o coração sabe a razão de seu errar
Através do seu cair e voar ano após ano.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
O Viandante Pt. III: Sou Eu
À subida ou descida das oblíquas escadas
Vai aquele que já passou e um dia passará
Onde margens forem dignas de ser cantadas
Sendo na partida a chegada de outra manhã,
O espaço para o tempo entre as margens
Ao pé-coxinho, rápido e até devagarinho
É o facto e a hipótese deixada às aragens
Tal como o recém-nascido e seu passarinho,
É ainda o moribundo e seu último desejo,
Ele é a ponte onde os segundos passam,
Os dias de outras noites que já não vejo
Logo entre aspas, entre o ponto e a reticência
E um pouco além onde horizontes se traçam
Sou ele e não o sou nesta presente ausência.
Vai aquele que já passou e um dia passará
Onde margens forem dignas de ser cantadas
Sendo na partida a chegada de outra manhã,
O espaço para o tempo entre as margens
Ao pé-coxinho, rápido e até devagarinho
É o facto e a hipótese deixada às aragens
Tal como o recém-nascido e seu passarinho,
É ainda o moribundo e seu último desejo,
Ele é a ponte onde os segundos passam,
Os dias de outras noites que já não vejo
Logo entre aspas, entre o ponto e a reticência
E um pouco além onde horizontes se traçam
Sou ele e não o sou nesta presente ausência.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
O Viandante Pt. II: À Subida ou Descida das Oblíquas Escadas
Entre margens e cantos se faz a viagem,
Vim cantar sobre o visto e o ainda por ver
Com a mente e coração como bagagem
Trilhando a terra e o céu neste crescer,
Por onde quer que vá desde que vá
Saúdo vales e montanhas neste olhar
Cujo beijo é a única coisa deixada cá
Pois tudo o que tenho é este viandar,
O resto já passou, passa e ainda passará
E que alívio é ser parte de tudo e nada
E desconhecer a vista do amanhã
Pois de todas as pétalas hoje inaladas
Trago-as em mim, largo-as à estrada,
À subida ou descida destas escadas.
Vim cantar sobre o visto e o ainda por ver
Com a mente e coração como bagagem
Trilhando a terra e o céu neste crescer,
Por onde quer que vá desde que vá
Saúdo vales e montanhas neste olhar
Cujo beijo é a única coisa deixada cá
Pois tudo o que tenho é este viandar,
O resto já passou, passa e ainda passará
E que alívio é ser parte de tudo e nada
E desconhecer a vista do amanhã
Pois de todas as pétalas hoje inaladas
Trago-as em mim, largo-as à estrada,
À subida ou descida destas escadas.
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