Em pálido caminho a estaladiças folhas forrado,
No suspiro ainda trazia o anseio de uma viagem,
Largando o passeio e sendo pela rua albergado
Nossa silhueta era então encoberta pela ramagem
Que murmurava partes das vozes já proferidas
A folhagem por elas vestida deste percurso sabia
De outros nomes e suas sombras aqui imbuídas
Interrogando até quando teriam em mim estadia,
Quando só o céu tem caminho para enfim andar,
Pouco é o que não sabe a meio, meio pouquinho,
Não preenche bem a ampulheta nem sabe a amar
E às vezes parece apenas outro passo neste caminho
Que ecoa no espaço vazio destinado ao despertar
Que é olvidar a rua pelas asas deste meu passarinho.
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Seremos: Parte da Mesma Praia
Ela era a amiga dos pássaros e da brisa,
Confundindo a brisa com a suave maré
Para e em mim dedicada por essa poetisa
Pelo decair das cadentes a meu rodapé,
Todos os dias eu adormecia na mesma prece:
Ser na sua praia que o era pela noite adentro
Do que fora ou que é, e até o que não acontece
Nessa sua praia que era a noite, era o firmamento,
Contava em murmúrios os grãos de areia entre nós
Amontoando breves chilreios e pedaços de vento,
A areia eram as estrelas ditas em silenciosa voz,
Como uma balada, e caíam neste anseio sonolento,
Para sempre, para sempre aqui não estaremos sós,
Aqui seremos parte na fracção do mesmo fragmento.
Confundindo a brisa com a suave maré
Para e em mim dedicada por essa poetisa
Pelo decair das cadentes a meu rodapé,
Todos os dias eu adormecia na mesma prece:
Ser na sua praia que o era pela noite adentro
Do que fora ou que é, e até o que não acontece
Nessa sua praia que era a noite, era o firmamento,
Contava em murmúrios os grãos de areia entre nós
Amontoando breves chilreios e pedaços de vento,
A areia eram as estrelas ditas em silenciosa voz,
Como uma balada, e caíam neste anseio sonolento,
Para sempre, para sempre aqui não estaremos sós,
Aqui seremos parte na fracção do mesmo fragmento.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Por Janelas de Vidros Azuis Pt. V: Ao Partir o Barquinho
O seu ombro era a costa deste barquinho,
Todo o mundo, o oceano aonde navego,
E ao tocar seus lábios perfumados a linho
Esta alma e coração eram num belo sossego,
Sossego esse pintado no olhar dos poetas,
Em pulsação trémula quando acontece
Este desencontro sob a sombra de silhuetas
Cujas fragrâncias esta ânsia ainda entretece,
Apoiada no contra-senso da impermanência,
Este fôlego respirado é ténue marca de água
Suspirado ao vazio preenchido pela ausência
De quem para o que é, é ao longe e há partido
Ficando ou indo eu no barquinho pela frágua
E ao partir, perguntar-me se hei mesmo vivido.
Todo o mundo, o oceano aonde navego,
E ao tocar seus lábios perfumados a linho
Esta alma e coração eram num belo sossego,
Sossego esse pintado no olhar dos poetas,
Em pulsação trémula quando acontece
Este desencontro sob a sombra de silhuetas
Cujas fragrâncias esta ânsia ainda entretece,
Apoiada no contra-senso da impermanência,
Este fôlego respirado é ténue marca de água
Suspirado ao vazio preenchido pela ausência
De quem para o que é, é ao longe e há partido
Ficando ou indo eu no barquinho pela frágua
E ao partir, perguntar-me se hei mesmo vivido.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Entre Nós: Toda a Distância do Mundo
Conto o intervalo deste espaço, errante
Entre nós temos toda distância do mundo
Porém a lua está de facto brilhante e eu radiante
Pois algures sei que suspirais radiância neste segundo.
Aqui tenho sorrisos e flores
Para todos os meus idos amores
Que tenham encontrado o seu tesouro
Onde não aparentava haver algum ouro
E que seus olhos brilhem muito mais agora
Do que alguma vez brilharam na minha presença,
Sim sei, afasta-se o tic-tac daquela nossa hora
Portanto no tempo detenho a cela e a sentença,
Pois a noite e o dia são minhas testemunhas
De que partilhei todas as flores e mais algumas
Por vezes até mais do que alguma vez pude
Porém sei, o quanto o relembrar ilude,
Que uma flor não é só e apenas uma flor,
É um toque, um beijo… é um nada, é Amor.
No espaço só nós dois e ao seu breve sussurrar
Então perdia-me nos cabelos que eram seus
E o tempo era somente nosso para partilhar
Eu amo-vos tanto meu amor, até já… adeus.
Entre nós temos toda distância do mundo
Porém a lua está de facto brilhante e eu radiante
Pois algures sei que suspirais radiância neste segundo.
Aqui tenho sorrisos e flores
Para todos os meus idos amores
Que tenham encontrado o seu tesouro
Onde não aparentava haver algum ouro
E que seus olhos brilhem muito mais agora
Do que alguma vez brilharam na minha presença,
Sim sei, afasta-se o tic-tac daquela nossa hora
Portanto no tempo detenho a cela e a sentença,
Pois a noite e o dia são minhas testemunhas
De que partilhei todas as flores e mais algumas
Por vezes até mais do que alguma vez pude
Porém sei, o quanto o relembrar ilude,
Que uma flor não é só e apenas uma flor,
É um toque, um beijo… é um nada, é Amor.
No espaço só nós dois e ao seu breve sussurrar
Então perdia-me nos cabelos que eram seus
E o tempo era somente nosso para partilhar
Eu amo-vos tanto meu amor, até já… adeus.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
A Busca: Pelas Palavras Perdidas
Ando em busca das palavras perdidas
Aquelas que ninguém disse ou escutou,
Que não foram no saudar das despedidas
Aquelas que o crescer ao tempo olvidou;
Almejo-as… no suplantar desta voz para lá
Da distância que separa todo o surdo,
Pretendo sua sonância aqui, agora e já
Pois este espaço entre os uns é absurdo,
Deveria ser outra marca d’água no antes,
O cais que aos belos acolhe da tormenta
Ou então o breve olhar entre dois amantes
Que num segundo revela a vinda e a partida
Exprimindo em voz alta a estrada cinzenta
Na busca das palavras que significam vida.
Aquelas que ninguém disse ou escutou,
Que não foram no saudar das despedidas
Aquelas que o crescer ao tempo olvidou;
Almejo-as… no suplantar desta voz para lá
Da distância que separa todo o surdo,
Pretendo sua sonância aqui, agora e já
Pois este espaço entre os uns é absurdo,
Deveria ser outra marca d’água no antes,
O cais que aos belos acolhe da tormenta
Ou então o breve olhar entre dois amantes
Que num segundo revela a vinda e a partida
Exprimindo em voz alta a estrada cinzenta
Na busca das palavras que significam vida.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Aqui Resumido: Os Caminhos Tomados e os Não
De todos os que sou ainda mais é em mim,
Foram os caminhos tomados e renunciados
Que adornam e enfloram este círculo sem-fim
Pois de cada novo dia novos eus são achados
Aqui - os caminhos sucessivos já percorridos,
As impressões das pegadas ao longo da viagem
Através das margens pelas orlas dos seis sentidos,
O que não foi é em nós numa contrária miragem
Nos vestígios do passar dos dias deixados ao acaso
Até pelo trilho não tomado há a breve caminhada
Para o que é, premeditado do nascente ao ocaso
Aqui ainda haverá espaços para a janela fechada
Quanto à porta escolhida, ela ter-me-á em seu prazo
Até que talvez se torne noutra estrada não tomada.
Foram os caminhos tomados e renunciados
Que adornam e enfloram este círculo sem-fim
Pois de cada novo dia novos eus são achados
Aqui - os caminhos sucessivos já percorridos,
As impressões das pegadas ao longo da viagem
Através das margens pelas orlas dos seis sentidos,
O que não foi é em nós numa contrária miragem
Nos vestígios do passar dos dias deixados ao acaso
Até pelo trilho não tomado há a breve caminhada
Para o que é, premeditado do nascente ao ocaso
Aqui ainda haverá espaços para a janela fechada
Quanto à porta escolhida, ela ter-me-á em seu prazo
Até que talvez se torne noutra estrada não tomada.
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