Entre valetas e prados verdes, entremeado
O céu na água, neste singelo olhar reflectido
Na atrocidade do poema idílico propositado,
Perde-se a suavidade do toque e enfim, sentido;
É drama, é trágica e ensurdecedora a queda
Nunca caindo no mesmo sítio a chuva incipiente,
Acorda(n)do, face ao esquecimento do perdão,
Já não é a insónia, é a escassez de sonho latente,
Enxofre sulfúrico inalado e o algoz da sofreguidão,
As ondas sussurrando silenciosamente meus nomes
A náusea do ósculo demorado na orla da estrada,
Era o sonho grandioso, a paz esmerilada ao alcance,
Sob o céu aberto, na orla ausente, a Virgem desflorada,
Erguendo sua voz para os Sem Nome, alienado romance;
Afinal acerca-se, contudo a alvorada é sempre a mesma,
Os mais negros passageiros, a desordem pia do ser,
A alvorada avista-se, igual às outras depois do antes,
Sorvendo o pó Elísio na tentativa inócua de preencher,
Cada novo avistamento - digno dos esboços de Dantes,
Meus nomes ténues rascunhos nos tendíneos sinuosos do areal
(Se te traçasse as galáxias escusas em meu olhar,
Envolvê-las-ias?): Suspirava Mirto face à bela Oressa,
Esquiva e luciferina, deslizando suave neste nosso latejar,
Inúmeras e demasiadas vezes, recaído em iludida peça,
Seu semblante, seu passar, mil adagas pontuando a pele
A mais nefasta de todas, a assimetria do bater cardíaco
A enganação face ao vil, ao algoz sentido de pertença,
O abraço do Inverno, desígnio comum do plebeu empírico,
Olhos brilham ao avistar-vos, é involuntário – é árdua sentença;
Partilhai vossa mão comigo, caminhemos dentre as constelações
Arrancarei as estrelas dos pulsos, entre a morrinha e o sol,
Uma a uma, esmaecida, enegrecida, seu pleno consumido,
O indecoro do tragado, o susceptível ferido de peito no anzol,
Sob as luzes citadinas, o trilho da aventesma, de olhar infundido,
O inconciliável ao habitual, no entanto assumidamente sua síncrise
Desprotegida perante as subtilezas mais inofensivas de seus contornos,
Voando demasiado próxima do sol, o semblante acerca-se de si mesmo
Aluído pelo limbo da recontagem das estrelas do céu, são estes adornos,
As gotículas cintilantes incrustadas em caças sonhos {des?}largados a esmo;
Quando o indistinto é o axioma, e o axioma é oximoro e antítese patenteado
Do sensismo inverosímil, não crença que fútil então prometeu
Este sentir, dente de leão postergado por Oressa, (como te procuro)
A candeia enfim se silencia, e no escuro, e no escuro, eu…
… E no escuro…
Rosa M. Gray
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