Do caminho é dos ousados, faz-se poesia,
Em letra simples numa estrofe composta,
Com a rima certa e píncaros de fantasia,
Cada verso será para sempre uma aposta,
Os sonetos de um Outono à porta deixado,
Serei folha ondulando à mercê do vento,
O esboço do coração no espelho embaciado
Através de vidros azuis neste olhar luarento,
Cai a Primavera num terceto assim vertida,
Ao espaço de um sol nascido e enfim caído,
Num horizonte limpo, numa margem querida,
A narração do trilho do viandante, o seu esvoaçar,
Ante abismos e precipícios, no sonho concedido,
Este é o poema, um principio sem nunca acabar.