sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Para Lá Dos Portões Há Sonho

Espera-me acolá a voz do beijo negro outrora concedido,
Tal desabafos deitados sobre esta neve incandescente,
Pintados na alma, gravados no peito, no descomedido,
Fechado entre quatro paredes por mão do tornado crente,

Dedos cuidados procurando descalços um sonho, a paisagem,
De lábios vertidos, os sentidos humedecidos pela enxurrada, 
Viverei de sonhos pois para sonhar somente é preciso coragem, 
Nossos segredos cantados desse precipício da berma da estrada, 

Ensombrados pelo esquecimento da criança em velho tornada,  
Esperamos a manhã, a aurora cobrindo um jardim prazeroso,
Onde nos beijemos com amor numa quimera assim encontrada,

Inexactos, mas certos do brilho da vida, altivos e enfatuados, 
Segurando os meus sonhos dentro deste embalar generoso,
Para lá dos portões da morte, eternamente seremos serenados.  



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