quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Confesso, O Meu Amor É O Eterno

Por favor, sê o meu derradeiro sonho de porcelana,
O abraço, o regaço, o espaço para o meu sonhar,
O abrir do bocadinho maior que eu, o fechar da pestana,
O último instante, a verdadeira partilha deste beijar,

O resto é passagem oblonga, o ir sem ter chegada,
As sombras que seguem a metade do homem partida,
Não percebeis que desta vida só a pretendo ter abraçada
Num instante que se propague por toda uma vida,

É a promessa de luz, a cumplicidade com o divino,
A contenda dos semi-deuses a mim precedentes,
É por dois que vivo e morro, o escapar do citadino,

A vertigem da alma, a fobia do coração é o ser abstinente,
Beija-me e perpétua-te em mim num sonho coralino,
O infinito é lar para os segundos passageiros, a afluente.

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