Salvamos cêntimos e esquecemos o agora,
Esperamos que seja encontrado o norte,
Desejamos que o tempo se vá embora
E que estes dias não findem na morte,
Pois salvamos alguns cêntimos esperançando
Com o amanhã onde corremos e amuámos
Em chuvas mil onde se vai caminhando
Aquele caminho que nem lembrámos,
Vamos não como quem vai mas como escapa
Da pluma ao orvalho da meia metade
Assim se é o meio de quem vive à socapa
E cedo se apercebe o quão tarde é tarde
Por onde vai quem no sítio ainda derrapa
Não sabendo bem se é herói ou covarde.