Estamos quase lado a lado,
Aqui quase não estamos sós,
Por muito que tenhamos falado,
Há vezes em que muda fica a voz,
Estamos quase lado a lado
E deste prado somos os pastores,
Nosso rebanho em alvoroço calado,
Suas margens afastadas entre dois amores,
Onde um rio corre entre os dois,
Algures ambos encontram abrigo,
Mesmo ignorando o que virá depois
E quão esse não saber mexe na ferida
Porque por vezes até um beijo é castigo
Seja num abraço acolhedor ou na despedida.
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
domingo, 16 de novembro de 2014
Ía o Poeta Pt. II: Vendendo Ouro de Tolos
Alguns, poucos, fios de alumínio a ouro pintados,
Essa é a vaidade do poeta - o falso sentimento,
Forjando Primaveras de Invernos idealizados,
Então é o fingir viver, não a Vida seu testamento,
Mesmo que apenas e só trevas ele seja,
Que sorrisos disfarcem a sua tristeza
E relembre ou inspire quem já não beija,
Que no papel lhe dêem um nome: Beleza
Será ela sempre o sonho e a mentira sincera
Que ele creia tanto que do mundano esqueça,
Celebre o martírio do belo, aquele exagero
Que separa o poeta dos simples, meros mortais
Pois a dor do saber fingir é a sua pertença
E os poemas só as vezes em que a dor é de mais.
Essa é a vaidade do poeta - o falso sentimento,
Forjando Primaveras de Invernos idealizados,
Então é o fingir viver, não a Vida seu testamento,
Mesmo que apenas e só trevas ele seja,
Que sorrisos disfarcem a sua tristeza
E relembre ou inspire quem já não beija,
Que no papel lhe dêem um nome: Beleza
Será ela sempre o sonho e a mentira sincera
Que ele creia tanto que do mundano esqueça,
Celebre o martírio do belo, aquele exagero
Que separa o poeta dos simples, meros mortais
Pois a dor do saber fingir é a sua pertença
E os poemas só as vezes em que a dor é de mais.
Entre Dois: Palavras Deixadas ao Que Vai Passando
Palavras deixadas a ventos d’outrora,
A menina não escuta, ela mal ouve,
Vem a manhã e nem parece a aurora,
Esquecem-se restos do que não coube,
Restos sempre de porções e pedaços,
Do que parece bom ou mau passageiro,
Deveriam ser os mais bem preenchidos espaços
E deles eu o seu melhor amigo e companheiro,
Só chuva e frio sob todo um tecto de relento,
Caneta e caderninho e potencial beleza,
Largados ao ermo do desleixo do vento,
Levados algures no ombro da incerteza,
Calma tê-la-ia se de nada fosse sedento,
Mas sede dela sempre terei (em mão com esta tristeza).
A menina não escuta, ela mal ouve,
Vem a manhã e nem parece a aurora,
Esquecem-se restos do que não coube,
Restos sempre de porções e pedaços,
Do que parece bom ou mau passageiro,
Deveriam ser os mais bem preenchidos espaços
E deles eu o seu melhor amigo e companheiro,
Só chuva e frio sob todo um tecto de relento,
Caneta e caderninho e potencial beleza,
Largados ao ermo do desleixo do vento,
Levados algures no ombro da incerteza,
Calma tê-la-ia se de nada fosse sedento,
Mas sede dela sempre terei (em mão com esta tristeza).
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