Quando Abril passa de mês a estação
Acena-se de longe, ao perto, a despedida
Revelando mais do que pode uma mera mão:
As metades encetadas e os fragmentos da vida.
Neste aqui, o intervalo entre o final e a partida,
Parecido com o mais longo suspiro dado ao vento
Que na iris é uma multitude de cores reflectida,
É a Alma que do reflectido é pincel e sustento,
O contrário do céptico e do idealista sou eu,
Sou amanhã, um dia, o que outro dia alcança
Libertai-me do que a brisa a este ouvido cedeu
Ao sol e ao voo de Ícaro sentenciado como réu,
Com esta crença de que nesta Vida tudo passa
Exceptuando os instantes em que fomos no céu.