domingo, 7 de novembro de 2010

O Neptuniano, A Virgem e o Sagitário

Na passagem pelo além,
Que vá pequeno, vertical e belo,
(Infinitamente destas 3 formas isto é)
O resto são linhas e contornos excessivos:
Beijando-lhe na mão, desconhecendo a razão.
Apontado pelo dedo indicador, soando a doido
A maior parte de, de… de quase todas as vezes,
Sorriso do sempre ausente, presentemente algures,
Algum dia será manhã, e a alvorada é o nosso jardim,
Quando terminará esta noite? A última sempre sem anestesia?
Para mais tarde recordar, vai-se esquecendo, o suave e doce olvido.
Aquele da partilha estonteante, não circunscrita, sem Tempo restante,
Como rememoro esses instantes, tatuados ora em cicatrizes ora em adornos,
Sou o último da minha espécie, em breve partirei e serei parte do enfim Inteiro,
A cada novo avistamento, em cada novo instante, perderei ou acrescentarei,
Para além disso, sou a Aurora Crepuscular, o daymare da magia não avistada:
Por eles, em discurso aparentemente desconexo, apontado e soando a paranóia,
E paranóia é saber exactamente qual a razão pela qual estamos aqui,
Loucura!? É sentir inequivocamente o que somos, a coerência na autodefinição, sermos rendidos,
Externamente por aqueles que não compreendem, que não sentem, que não avistam,
Como nós. E vamos compreendendo, vamos inspirando, vamos beijando o Céu e…
Recuperando a Lua, por cada beijo, mais solitários e perdidos, mais sozinhos e perdidos.
No antagonismo entre a salvação da Obra e consequente Humanidade ou do ritual do Eu;
Contudo, na luminescência das esferas supra-celestes, naquilo tido como estritamente Belo, no singelamente estonteante, no voo alífero, envolvemo-nos lentamente no Etér,
Euoé! Replicado pela colina abaixo, no beijo mais calmo e abundante de todos, aquele que sorri! Aquele que se alastra, que contagia de leveza seus interlocutores e espectadores;
Na partilha, na aceitação, no voo desmedido pela encosta do Sonho, e a Salvação,
Esta sim, tem o nome mais belo de todos, chama-se Amor e começa inicialmente em nós,
Depois, os outros avistá-la-ão por cada sorriso, por cada olhar, a Paixão pela Vida então soletrada em minúsculas (os transeuntes medrosos querê-la-ão para eles), a mais Bela de todas…
A Senhora de Azul Lazuli, a dama que desliza lesta, ora bailando ora estrebuchando,
As Oressas, são este olhar, este sentir, esta verdade plena que só pode ser mentira,
Não há plenitude, apenas ideais e expectativas que, como tal, são apenas isso,
A queda de chuva, a queda do Sol, e os meios-termos que, perfuram a pele,
Estraçalham a alma a quem é diferente, a quem Viver por vezes é vida ausente;
No entanto, tão, tão mas mesmo tão presente, que se vai reflectindo, indiferente,
Ousando oscular o sonho, com coragem suficiente para elevar os braços e beijá-lo,
Isso sim, neste mundo, a maior doença, a falta de inconsciência é presenteada enquanto que…
Oh… soubesse eu o meio-termo exacto, o único meio-termo que vale realmente a pena,
O ponto mediano que apenas sabe o nome de equilíbrio, harmonia e sentido de Ser;
Soubesse então isso e não escreveria mais… jamais… jamais.

n. ego; Rosa M. Gray, Ernesto Encarnação.

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