Eis os vislumbres
Eis os vislumbres dos vestígios restantes
Abscondidos em inércia na terra esbatida
Uma hipótese em vão, uma suposta ilusão
Principiada numa pré-anunciada despedida
Trôpegas em seu langor de algoz perverso
A atrocidade patente de desculpas atrasadas
Imiscuídas na brevidade do fôlego repartido
Figura estropiada de pendências bastardas
De eterno perdulário a simplório pedinte
Tal a última maré nocturna o sentir singelo
Do vazio resultante e para ele reencaminhado
Aguardando resignado o desenrolar do novelo
Este perdido algures entre o rodopio e a volta
À submissão incessante do tempo enfim entregue
Abdicante do caminho de contendas perniciosas
Imagens repetidas e não há quem as sossegue
Relembrando as estações e sua precisa cor
A voragem desvelada à coincidência atroz
Aqui e agora reduzida a um piscar de olhos
Subtrai e devora a alma de cada um de nós
No interstício catapultado e por ele assolado
Em sonhos sobrepostos por memórias insulsas
De olhos revirados para a incerteza do presente
Desesperança do futuro e suas demais repulsas
Longo e lúgubre Inverno para os que ousaram sonhar
Adornados a raios solares e mais que vistosas cores
Com brisas encurraladas em belas cercas esbranquiçadas
Pássaro de asas quebradas com o mais acídulo dos sabores
Se perguntarem por onde vou digam que não volto mais
A inspiração esvoaçou para inalcançáveis paragens
Reduzindo esta breve alma a apenas meras achas
Resta o restante pouco na impotência de novas viagens
Remetendo este mudez ao pardacento silêncio
Onde a vida subserviente é estirada ao comprido
Não há lugar para um minuto de vistosa alegria
Dêem este túmulo por ocupado e por mim imbuído
por joel nachio
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