Em círculo rodopiante
Em círculo rodopiante de conturbada visão
Encontra-se um contuso ser em pausada interrupção
Sem ideias de por onde então prosseguir
Absorto quanto à saída por onde se exprimir
Em curvilíneo túnel toda a moção que aflui
E inspiração do não, decaída no chão que imbui
Outro contorno pesado e trilhado em frígida cor
Dor lancinante, caminhando em profundo algor
Sem brilho a partilhar ou desejos a cumprir
É o negro a aflorar e o sonho em vão a partir
Ficam as cinzas nas mãos hoje estilhaçadas
E as belas esperanças no chão em vão, apupadas
É como se outro fosse hoje o caminho
Com uma verdade oculta em fios de linho
Sem verdades ou mentiras mas apenas dias
Conseguintes entrelaçados em desbotadas guias
Esmaece no frenesim o corpo e a alma
Em salvação protelada e atormentada calma
O langor do ser procrastinado à sua longa ausência
Será outro pré-fantasma réprobo em transparência
Sustado o fôlego do imenso sonho alado
O próprio silêncio se prostra enfim albergado
O bater do coração não é mais para controlar
Cessa o motim, regressa a não-forma de estar
Simples e singelo no seu deambular
Surge a forma mais elementar de repousar
Longe do devaneio mortiço que é a vida
Aqui me olvido e me dou afinal, como perdida
Rosa M. Gray
por joel nachio
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Eis os vislumbres
Eis os vislumbres
Eis os vislumbres dos vestígios restantes
Abscondidos em inércia na terra esbatida
Uma hipótese em vão, uma suposta ilusão
Principiada numa pré-anunciada despedida
Trôpegas em seu langor de algoz perverso
A atrocidade patente de desculpas atrasadas
Imiscuídas na brevidade do fôlego repartido
Figura estropiada de pendências bastardas
De eterno perdulário a simplório pedinte
Tal a última maré nocturna o sentir singelo
Do vazio resultante e para ele reencaminhado
Aguardando resignado o desenrolar do novelo
Este perdido algures entre o rodopio e a volta
À submissão incessante do tempo enfim entregue
Abdicante do caminho de contendas perniciosas
Imagens repetidas e não há quem as sossegue
Relembrando as estações e sua precisa cor
A voragem desvelada à coincidência atroz
Aqui e agora reduzida a um piscar de olhos
Subtrai e devora a alma de cada um de nós
No interstício catapultado e por ele assolado
Em sonhos sobrepostos por memórias insulsas
De olhos revirados para a incerteza do presente
Desesperança do futuro e suas demais repulsas
Longo e lúgubre Inverno para os que ousaram sonhar
Adornados a raios solares e mais que vistosas cores
Com brisas encurraladas em belas cercas esbranquiçadas
Pássaro de asas quebradas com o mais acídulo dos sabores
Se perguntarem por onde vou digam que não volto mais
A inspiração esvoaçou para inalcançáveis paragens
Reduzindo esta breve alma a apenas meras achas
Resta o restante pouco na impotência de novas viagens
Remetendo este mudez ao pardacento silêncio
Onde a vida subserviente é estirada ao comprido
Não há lugar para um minuto de vistosa alegria
Dêem este túmulo por ocupado e por mim imbuído
por joel nachio
Eis os vislumbres dos vestígios restantes
Abscondidos em inércia na terra esbatida
Uma hipótese em vão, uma suposta ilusão
Principiada numa pré-anunciada despedida
Trôpegas em seu langor de algoz perverso
A atrocidade patente de desculpas atrasadas
Imiscuídas na brevidade do fôlego repartido
Figura estropiada de pendências bastardas
De eterno perdulário a simplório pedinte
Tal a última maré nocturna o sentir singelo
Do vazio resultante e para ele reencaminhado
Aguardando resignado o desenrolar do novelo
Este perdido algures entre o rodopio e a volta
À submissão incessante do tempo enfim entregue
Abdicante do caminho de contendas perniciosas
Imagens repetidas e não há quem as sossegue
Relembrando as estações e sua precisa cor
A voragem desvelada à coincidência atroz
Aqui e agora reduzida a um piscar de olhos
Subtrai e devora a alma de cada um de nós
No interstício catapultado e por ele assolado
Em sonhos sobrepostos por memórias insulsas
De olhos revirados para a incerteza do presente
Desesperança do futuro e suas demais repulsas
Longo e lúgubre Inverno para os que ousaram sonhar
Adornados a raios solares e mais que vistosas cores
Com brisas encurraladas em belas cercas esbranquiçadas
Pássaro de asas quebradas com o mais acídulo dos sabores
Se perguntarem por onde vou digam que não volto mais
A inspiração esvoaçou para inalcançáveis paragens
Reduzindo esta breve alma a apenas meras achas
Resta o restante pouco na impotência de novas viagens
Remetendo este mudez ao pardacento silêncio
Onde a vida subserviente é estirada ao comprido
Não há lugar para um minuto de vistosa alegria
Dêem este túmulo por ocupado e por mim imbuído
por joel nachio
Sem pertença
Sem causa, origem ou sentido de pertença
Triste abantesma de triste e desafecta presença
Amargamente a mancha clarificada em sua esteira
Ombreias a alma distante de mão cerrada em algibeira
Domingo à porta onerada à pesada mágoa de anos
Cambaleias vacilante, de olhar distante e esgar profano
Pela lua acorrentada e presa por suas pesadas correntes
Sem caminhar o apelo criado são lá curvas que lamentes
A imperdoável mania de ser todo por sua metade
De inconsequente esbatido e receptáculo vazado
Primeiro prisioneiro retentor de sua parca vontade
Maltratado ao oco do devaneio provindo do estado
Brisa esquentada de latejar arrastado à porta
Do passageiro ferido cujo caminhar mais entorta
A sinuosidade agreste das voltas atrás apunhaladas
Por mim e em mim, moroso entre estupras estocadas
Pouco há mais a aguardar para além da inundação
Conduzida de transplante por quem a nada a dirige
É a confissão personificada o cenário de grande moção
As nuvens pardas reflectem este ser, de deus como elige
Fosse divino como outrora e o amanhã seria mais radiante
Em sua casualidade como para quem não basta o bastante
É a singela e simples dor, torneada em redor do coração
Sem paredes que a ouçam, que seja esta a sua canção
Negra e anunciada pelos dias que lhe antecederam
Sob estrelas eternas a beleza que foi então esquecida
Pelo crescer da criança às lágrimas que a envelheceram
É assim que o tempo passa para quem sonhar é Vida
… e sonhar vai deixando.
Rosa M Gray
por joel nachio
Triste abantesma de triste e desafecta presença
Amargamente a mancha clarificada em sua esteira
Ombreias a alma distante de mão cerrada em algibeira
Domingo à porta onerada à pesada mágoa de anos
Cambaleias vacilante, de olhar distante e esgar profano
Pela lua acorrentada e presa por suas pesadas correntes
Sem caminhar o apelo criado são lá curvas que lamentes
A imperdoável mania de ser todo por sua metade
De inconsequente esbatido e receptáculo vazado
Primeiro prisioneiro retentor de sua parca vontade
Maltratado ao oco do devaneio provindo do estado
Brisa esquentada de latejar arrastado à porta
Do passageiro ferido cujo caminhar mais entorta
A sinuosidade agreste das voltas atrás apunhaladas
Por mim e em mim, moroso entre estupras estocadas
Pouco há mais a aguardar para além da inundação
Conduzida de transplante por quem a nada a dirige
É a confissão personificada o cenário de grande moção
As nuvens pardas reflectem este ser, de deus como elige
Fosse divino como outrora e o amanhã seria mais radiante
Em sua casualidade como para quem não basta o bastante
É a singela e simples dor, torneada em redor do coração
Sem paredes que a ouçam, que seja esta a sua canção
Negra e anunciada pelos dias que lhe antecederam
Sob estrelas eternas a beleza que foi então esquecida
Pelo crescer da criança às lágrimas que a envelheceram
É assim que o tempo passa para quem sonhar é Vida
… e sonhar vai deixando.
Rosa M Gray
por joel nachio
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