Há murmúrios ecoando no vazio da madrugada,
Em vestígios da sua ausência e em camas desfeitas,
O fantasma de outra despedida é erro na fachada,
Que assim se vai desmoronando dentre ruas estreitas,
Há lembranças cantando na ebriedade da noitada,
A insónia é rainha e o silêncio tão ensurdecedor,
Trago a sua respiração na minha e noutra facada
Encontro mote para enfim a lágrima e a sua dor,
Há sombras entre memórias, adeus nos espaços,
E o estilhaço no coração, a perda desta noção,
Pretendo renascer das cinzas em subtis traços,
Pois há o percorrer o ósculo deferido por esta estação,
Será que a chegada me aguarda em sutis e ternos abraços
Ou será que serei mais outro vivendo a vida em objeção?
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
quarta-feira, 30 de abril de 2025
A Última Noite no Peito Dela
terça-feira, 8 de abril de 2025
Vida em Tempo Emprestado
Encobre-me os ossos de murmúrios, estou tão frio,
Manifestando lábios que sussurram sombras - beijo,
Ensina-me a cantar, preenche-me de confetes o vazio,
Porque esta voz esqueceu o assobio das luzes do desejo,
Branco pálido, meu deus, perdi-me de mim, perdi-me de mim,
E a Vida não é um Sonho, tenho aprendido sob ferros e brasões,
Amarrado aos trilhos de um pôr-do-sol, haverá por fim um fim,
Pois procuramos sem encontrar, ao alto estão mil e um corações,
E estas fantasias, embalsamando-me, precisamos de um remédio,
Encobertos por uma dor adequada à tumba, esta é a maldição,
De um homem que outrora teve esperança, este insano assédio,
Onde vamos e pedimos tempo emprestado, esta enfim é a minha Vida,
Nas mãos de olhos fechados, de boca rasgada no meio da escuridão,
Este é o último adeus, numa tentativa sôfrega de atingir a margem querida.