terça-feira, 8 de abril de 2025

Vida em Tempo Emprestado

Encobre-me os ossos de murmúrios, estou tão frio,
Manifestando lábios que sussurram sombras - beijo,
Ensina-me a cantar, preenche-me de confetes o vazio,
Porque esta voz esqueceu o assobio das luzes do desejo,

Branco pálido, meu deus, perdi-me de mim, perdi-me de mim,
E a Vida não é um Sonho, tenho aprendido sob ferros e brasões,
Amarrado aos trilhos de um pôr-do-sol, haverá por fim um fim,
Pois procuramos sem encontrar, ao alto estão mil e um corações,

E estas fantasias, embalsamando-me, precisamos de um remédio,
Encobertos por uma dor adequada à tumba, esta é a maldição,
De um homem que outrora teve esperança, este insano assédio,

Onde vamos e pedimos tempo emprestado, esta enfim é a minha Vida,
Nas mãos de olhos fechados, de boca rasgada no meio da escuridão,
Este é o último adeus, numa tentativa sôfrega de atingir a margem querida.