Se fosse nas asas e plumas de um soneto,
Voaria para outras margens e prados,
Faria de belo e sublime meu trajecto,
E então seria Amor por todos os lados,
Se fosse nas asas e plumas de um soneto,
Traria o Verão em cada palavra solta,
Confidenciaria à Lua em leve dueto
Uma trova fulgurante à sua volta,
Fosse eu um pouco de sol na noite escura,
Estafeta da palavra em busca anelante
Em eterna jornada em imensa aventura
Querendo só ir um pouco mais adiante
Pois não pretendo ter lar nesta sepultura
Não quero ser Vida em fôlego ofegante.