Os olhos nos olhos e mão na cintura,
Vida cadáver quanto temos dançado,
De joelhos no chão em pertença à loucura
- A ela... doce farol, um muito obrigado,
Até vale a pena viver mais um segundo,
Assim se eleva o ânimo ao exumado,
Ela é o lar doce lar para o vagabundo,
É a ela! Doce farol… um muito obrigado,
Por vezes estranha-se o filho do próprio pai,
Corre o dia, vida triste, vida avariada,
Do homem que a ele próprio se trai
Não sendo ou vendo a luz, só enxurrada,
São vezes em que a treva sobre mim cai
Salvo ela... doce farol, um muito obrigada.
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
A Distância: Entre o Poeta e a Amada
Por oblíquo arco sua mão esticada
Para uma outra margem em busca,
A distância aos ombros carregada
E não obstante do quanto custa
A ida - a dificuldade desta espera,
O desenfreio - pertença do poeta,
Da noção criada tal arisca quimera,
Esse muy nobre objectivo sem meta
Até quando nem em si tem pertença
Porque apenas há bruma enevoada,
Parece-me que essa é a sentença
Para quem ousa fazer a caminhada
Onde se vai contando a diferença
Da distância entre o poeta e a sua amada.
Para uma outra margem em busca,
A distância aos ombros carregada
E não obstante do quanto custa
A ida - a dificuldade desta espera,
O desenfreio - pertença do poeta,
Da noção criada tal arisca quimera,
Esse muy nobre objectivo sem meta
Até quando nem em si tem pertença
Porque apenas há bruma enevoada,
Parece-me que essa é a sentença
Para quem ousa fazer a caminhada
Onde se vai contando a diferença
Da distância entre o poeta e a sua amada.
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