Achem-me em sitio nenhum perto de nada,
A fazer pouco ou o que resta não ser feito,
Perdi-vos atrás, nas sinuosidades da estrada,
Através do esgar deste amor-próprio contrafeito,
Vós, vozes largadas pelo serafim ao se erguer
Pelos sítios pequeninos onde ninguém vai,
Por onde nada se faz ou se pensa em fazer
Por aqui, onde até o filho se estranha do pai
Vão-se esquecendo os solavancos da berma,
O passado lembrado e o futuro não pensado,
Levando a Vida quase morto por vista enferma…
Qual foi o motivo da partida? Quando chegarei?
Quando estamos sem estar face ao almejado
Quanto cansa o caminho ou o quanto o esperei.
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
quinta-feira, 22 de maio de 2014
domingo, 4 de maio de 2014
Entre Margens: Sem Rumo
Estas crianças que vou deixando para trás,
Partirei em breve, estou em perigo mortal,
O crepúsculo envolverá a luz das manhãs
E beijá-las é o apetecer até à aurora boreal,
Que sem pernas vai caminhando sem rumo,
Por onde o horizonte nem sequer o alcança,
Aonde vai? Por onde atrás se torne em fumo,
Quando nem para trás ou a frente avança,
Entre margens, entre bermas onde ecoam
Suas mil caras, suas milhentas expressões,
Eis que essas porções já quase não soam
Pois este perfil torna-se sempre no distante,
Vejam o viandante, ouçam suas canções,
Enquanto se vai, perdendo-se no instante.
Partirei em breve, estou em perigo mortal,
O crepúsculo envolverá a luz das manhãs
E beijá-las é o apetecer até à aurora boreal,
Que sem pernas vai caminhando sem rumo,
Por onde o horizonte nem sequer o alcança,
Aonde vai? Por onde atrás se torne em fumo,
Quando nem para trás ou a frente avança,
Entre margens, entre bermas onde ecoam
Suas mil caras, suas milhentas expressões,
Eis que essas porções já quase não soam
Pois este perfil torna-se sempre no distante,
Vejam o viandante, ouçam suas canções,
Enquanto se vai, perdendo-se no instante.
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